31 janeiro 2007

30. partida


Ardia o sol de Inverno no chão do Alentejo.
Chão de antiquíssimos arderes.
Chão de vermelhos de papoilas.
Vermelhos de sangues.
De lenços de moçoilas.
Escarlate de faces namoradas.
Alentejo que ardias em Janeiro
num céu azul que encandecia.
Azul tão puro e liso que doía.

Olhar que longe de ti te andava.
Olhar que em azul se desfazia.
No Alentejo ao início da tarde
o sol doía de doirado.

Em um Janeiro mal começado
doiravas mais o céu
tu que de viver partias.
No céu azul onde em Janeiro,
Inverno,
ardia o sol doirado no chão do Alentejo
e tu partias
brilhando de um viver que nos doía.


seilá dixit

1 comentário:

Anónimo disse...

que belo poema. saudade de vc, baby.
kisses.