21 janeiro 2006

8. baloiças a mão


o ar. em volta. revolta-se. e não se entende uma única imagem. que a tua mão. baralha. sobre a têmpora do mar. e não há mar. adiante. e não há estrada nem carros. nem pulsos cortados. nem amor. embrulhado em fatias de papel.
congelado no coração. mexes. a mão. como se dançasses imóvel. dentro das veias. e no sangue. os teus pés. tocando o chão. do céu. estás dentro da tua mão. mexes. e não se ouve. torneiras. gotejando. estás dentro da tua mão. vazia. baloiças. e mexes. e não se ouvem pássaros no céu. e não há noite. e não há. céu. já.

dizes.

quero que todas as árvores. baloicem. e que não haja vento para todos os ramos. e que a minha mão. as destine a um lugar comum. e que não se sintam sós. com o meu castigo.

e a mão. silencia-se. dentro. do corpo. imóvel.


joão dixit

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